Monday, December 3, 2012

O objeto fala: uma palavra de Dudu Bertholini


Quando o material para o Dudu Bertholini: Dândi Tropical terminou de ser apurado, as autoras decidiram acrescentar ao memorial um relato pessoal do que esperavam ao embarcar neste Trabalho de Conclusão de Curso, porque abraçaram o tema e o que aprenderam com o processo. Elas também pediram ao estilista, objeto desse estudo, que respondesse às mesmas perguntas. 


A verdade é que sem empatia o projeto não teria sido possível. Não há muito como explicar. Eu recebo muitos convites para projetos e na hora de escolher em que jornada embarcar é preciso que exista uma empatia entre as partes. Credibilidade é importante, e é algo que senti quando a Bela me abordou e propôs o projeto. Não só a proposta me agradou, mas me deixou curioso quanto ao resultado. A curiosidade era a de ver, não só o que poderia estar na superfície, mas de retomar o contato com pessoas e momentos que são significativos, me possibilitando uma reflexão sobre a minha vida e até uma nova perspectiva.

Terminamos o processo das entrevistas e de captação do TCC um pouco antes da minha viagem de aniversário, no meu inferno astral. Acredito que o aniversário é sempre o nosso ano novo, a finalização de um ciclo e o começo de outro. Fiz 33 anos, e o contato que retomei com as pessoas que me são queridas, as entrevistas gravadas, isso foi incrível. São entrevistas que quero ouvir e guardar. É incrível poder ouvir um depoimento dessas pessoas que eu mais amo, dos grandes alicerces da minha vida, sobre quem eu sou, sobre como elas me vêem, sobre meu impacto na vida delas. Me olhar através dessas pessoas é me ver de uma maneira muito profunda, muito forte. Pra mim essa foi a maior surpresa desse trabalho

Minha maior bagagem são as pessoas que estão próximas a mim e que eu amo. Talvez a melhor maneira de me entender seja entender quem são elas. Rever essas pessoas, me ver através desses outros olhos, essa foi a parte mais gratificante deste trabalho de pesquisa e de introspecção. Foi o que me permitiu deixá-las livres para registrar tudo com um olhar mais íntimo. Antes que eu possa olhar de coração aberto o resultado do processo pelo qual vocês passaram, eu tenho que dizer que eu me vi e me entendi, e isso foi enriquecedor. O que eu quero agora é poder olhar o ponto de vista de vocês e me surpreender.

Vai ser interessante ter este olhar de fora e de dentro de mim. De fora porque eu as conheci esse ano, e de dentro porque nesse curto tempo em que fizeram parte da minha vida se tornaram próximas. A integridade e autenticidade desse trabalho depende da liberdade que dei para que me vissem como um todo. É interessante estar dentro de um projeto do qual participei abrindo portas e deixando-as livres para vocês pudessem ter um olhar honesto sobre quem eu sou e o que eu faço. Foi um grande exercício me despir da minha necessidade de controle e poder estar aberto para o novo e para um outro olhar.

Este texto é parte do memorial do TCC. A versão diagramada você vê abaixo.


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Apresentamos nosso TCC esta manhã às 11h20. Apesar do nervosismo, ficamos muito felizes com o resultado final. E sim, agora somos todas jornalistas. ;)

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